Aço, fogo e falsidades.

Sinto-me só como um velho centenário

Caminhando invisível em uma rua vazia.

Sinto o tempo zombar de mim.

Eu sei o quanto profundo a tristeza pode ser

Como também quanta dor pode causar.

Vejo as horas morrerem

Vejo os apocalipses dos anos

Em um mundo forjado a aço, fogo e falsidades.

Não são todos que podem sorrir com sinceridade

E sei que não sou mais capaz se sorrir assim.

As cores de meus desejos tornaram-se carvão esfarelado

Sou um plágio do que um dia eu vim a ser.

Uma piada antiquada escrita em papiro desgastado e esquecido em uma gaveta de alguma instante, em algum lugar que não mais existe.

Passo os dias só

Torcendo que apodreçam mais depressa.

Torcendo que o tempo corra mais rápido e mais rápido que puder.

Que tudo decaia para o limiar...

Já me sinto lá mesmo.

Meu nome nem mesmo mais importa

É como se eu transitasse na borda de meu túmulo

Voltas e voltas sem nunca poder cessar.

O céu já não é o mesmo, nem o sol, nem as estrelas

Nem os filmes, nem os sabores.

Eu já não sou mais “eu”.

Acabou sem um final

E hoje...

É somente o fim que aguardo chegar.

Jaguar SS
Enviado por Jaguar SS em 17/08/2008
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