ANGÚSTIAS...
Ando com a alma apática,
na obscuridade de dias intermináveis.
Tempestades me assolam...
Me jogando de um lado para outro,
como um barco...
cujo leme e mastros quebrados,
se houvessem partido em mar bravio.
É difícil a ida...
a tempestade é minha desculpa
para entrar e demorar-me no antigo abrigo.
Ela quer me consumir...
Me engolir o sorriso...
Gostava de ter o instinto dos pássaros...
Que fogem das tempestades
para não se ferirem,
para não quebrar suas asas.
Mas pássaro não sou!
E como humano,
inclino-me ao medo e à covardia
e sentindo o despertar de um vendaval,
arrasto-me para me esconder,
ao invés de voar e fugir.
Não possuo a coragem dos pássaros.
Não tenho asas...
Como é difícil, o caminho que me leva
de volta à minha realidade!
Como eu queria ter asas...