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Para ouvir a música de fundo:
"Sob medida"

(
http://www.millapereira.prosaeverso.net/visualizar.php?idt=1128641)


MÁCULA

 

Eu sou uma alma nua

Que pelas noites caminha

Sem encontrar sua estrada

Que, da vida, não quer nada,

- Só a morada da lua! -

 

Eu sou a vã utopia

O mais negro do escuro.

Sou a malvada, bandida

Que engana a própria vida

- Uma errante, vadia! -

 

Vivo só, sem adereço,

Buscando algo - ou alguém.

A todos eu me entrego,

É a sina que carrego,

- Não me ame – não mereço! -

 

Hoje eu quero – amanhã

Abandono a mim mesma.

Vivo assim – esse é meu fado

Um coração desalmado,

- Com uma febre terçã! -

 

Eu sou o fim do começo

De uma história sem fim.

Sou frágil e egoísta,

Da mentira sou artista

- Sou do correto, o avesso. -

 

Meu espaço é o desterro

Onde mora a solidão.

Eu sou do bem o oposto

Quem só provoca desgosto

-O medo, loucura e erro-

 

 Meu pensamento é lesto

Não me detenho em nada.

Sou fruto da boemia

Da noite ao raiar do dia

- Eu sou assim – eu não presto! -

 

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