PRESSENTIMENTO
Meu solo sagrado foi violado e profanado;
Arrancado pelas raízes como daninha sementeira;
De alguma maneira e sem justa causa, pelos abismos precipitado;
Sonhos decapitados, crises que inundam a alma inteira!
Sinto-me dando acenos de adeus às minhas forças, sinto a flacidez das ilusões;
Exemplos e opiniões, que foram conduzidos à morte agonizante num nada;
Dei flores e ganhei espada, e agora os temporais avisam suas aproximações;
Já posso sentir suas gélidas sensações, roubando todas as cores de minha estrada!
Os anos deram pão e água a esse sonho, que agora dá sinais que almeja acordar;
Já não adianta mais nada falar, quando o ouro perde o brilho se torna confundível;
Fiz tudo pra tornar possível, tudo que se arrancava eu insistia em replantar;
Mas quando o deserto ocupa o lugar do mar, a nau atraca por falta de combustível!
Não sei o que virá, mas sinto que perdi o jogo;
Teu gelo suplantou meu fogo, e não sou mais capaz de tudo isso reverter;
O pranto irá verter, a sabedoria será vencida pelo impulso tolo;
A riqueza será chamada de dolo, quando a honestidade te obrigar a me esquecer!