PRESSENTIMENTO

Meu solo sagrado foi violado e profanado;

Arrancado pelas raízes como daninha sementeira;

De alguma maneira e sem justa causa, pelos abismos precipitado;

Sonhos decapitados, crises que inundam a alma inteira!

Sinto-me dando acenos de adeus às minhas forças, sinto a flacidez das ilusões;

Exemplos e opiniões, que foram conduzidos à morte agonizante num nada;

Dei flores e ganhei espada, e agora os temporais avisam suas aproximações;

Já posso sentir suas gélidas sensações, roubando todas as cores de minha estrada!

Os anos deram pão e água a esse sonho, que agora dá sinais que almeja acordar;

Já não adianta mais nada falar, quando o ouro perde o brilho se torna confundível;

Fiz tudo pra tornar possível, tudo que se arrancava eu insistia em replantar;

Mas quando o deserto ocupa o lugar do mar, a nau atraca por falta de combustível!

Não sei o que virá, mas sinto que perdi o jogo;

Teu gelo suplantou meu fogo, e não sou mais capaz de tudo isso reverter;

O pranto irá verter, a sabedoria será vencida pelo impulso tolo;

A riqueza será chamada de dolo, quando a honestidade te obrigar a me esquecer!

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 14/08/2008
Código do texto: T1127805
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