Muito mais do que se vê.
Do que vai além, muito mais do que se vê,
Da pele e por baixo dela, entre os sulcos e músculos,
Em cada estria, e mais profundo que as entranhas.
Na morada mais remota de toda loucura,
Com um pincel teima em pintar o céu de cinza,
E mais acima, encoberto amarelo em fogo,
Faz de toda lágrima, gotas em chuva.
O egoísmo de quem chora sozinho,
Em toda busca, frágil inútil,
Inútil o som que sai do fundo, derrama dos lábios,
Um grito repartido.
E cede a sede, semipodre.
Na falta de respirar, briga com o ar,
Deixa no cadafalso a corda pronta,
Sem laço, sem fim,
Uma pequena e longa morte.
Em fino trato, retrato de um falso dia,
Um porem, e tudo acaba,
Sem meio fim, sem principio.
Pobre do dia, que nasceu tão triste.