A lua e eu
A lua e eu
Quando a olho no teu sorriso branco e enigmático
Tenho pena dos trovadores e menestréis
Que deixam-se seduzir por este brilho metálico
E amantes insatisfeitos, procuram por ti pelos bordéis.
A outros que cansados de sonhar em te tocar
Afogam os desejos escondidos,
E seus pensamentos tristes, desiludidos
Bebendo de variados vinhos em diferentes tonéis.
És uma amante infiel e ingrata,
Apesar de receberes tantos louvores, odes, serenatas
A ti nada importa, nada toca, só a beleza que retratas
Em tantas faces, que aos amantes mostras.
Eu te invejo, a beleza, o brilho a graça inata.
Embora de ti esteja tão farta
És o espelho de meus humores
E a lembrança de outros tempos
Em que eu sentava na varanda
E te espiava convencida de que amava
Com uma taça para ele eu proclama
Meus sonhos, meus ideais, minha alma desnudava.
Tu és mais fortes,
Vencestes a morte
E aí de cima onde estás
Podes iluminar o campo onde ele jaz em paz.