Virá sem aviso.
Figuras se apagam, e ao relento sofrem do frio.
Entre a fuga e a prisão, ambas forjadas,
Do mais fino metal derretido.
E mais que brasa o incêndio que paga.
O fulgor que cega,
De nada serve, ainda sinto frio.
Horizonte aos poucos fugiente,
Desperta o esquecimento.
De nada servem as fotos, que do futuro nada dizem.
De nada vale a mais valia, quando o valor é medido em sentimentos.
De nada vale o dito popular, que nada diz sobre o amor.
Dessa vida, o que se sabe?
E o porvir? Virá sem aviso.
De nada vale a palavra dita, quiçá a escrita.
Meus gestos falam por si só.
A cabeça que teima em pender para frente,
As mão que tremem sem aviso,
Os olhos que ainda sofrem.