Calazar

Me vejo estagnado sem rumo

com um calazar dilacerador

O sacrifício do grande beijo

nos lábios de pus com odor

A prova do amor transcendental

De uma peste mortífera

A desgraça de um animal

E a vergonha da vitima

Mas o último aroma nas narinas

que os sonhos mórbidos trazem

Vai além da vida nas vacinas

Ou o isolamento nas serragens

È uma constante que aperta o peito

que abala os nervos de uma pedra

o qual arrepia os pelos de um feto

Que as viceras do meu corpo dilacera

Não há tamanha dor no mundo

Esse é o ponto extremo do ser

Espalha e apodrece como um fungo

È matéria que não se pode ver

Os vestígios de restos mortais

È dúvida eterna de quem resiste

O amor se divide em partes reais,

Ou é sentimento que não existe?

Igor Cruz
Enviado por Igor Cruz em 03/08/2008
Código do texto: T1110506
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