Calazar
Me vejo estagnado sem rumo
com um calazar dilacerador
O sacrifício do grande beijo
nos lábios de pus com odor
A prova do amor transcendental
De uma peste mortífera
A desgraça de um animal
E a vergonha da vitima
Mas o último aroma nas narinas
que os sonhos mórbidos trazem
Vai além da vida nas vacinas
Ou o isolamento nas serragens
È uma constante que aperta o peito
que abala os nervos de uma pedra
o qual arrepia os pelos de um feto
Que as viceras do meu corpo dilacera
Não há tamanha dor no mundo
Esse é o ponto extremo do ser
Espalha e apodrece como um fungo
È matéria que não se pode ver
Os vestígios de restos mortais
È dúvida eterna de quem resiste
O amor se divide em partes reais,
Ou é sentimento que não existe?