Encontro de amor empossado
A tarde esquenta o corpo suado
Vestes em azul celeste aos peitos apostos
O deserto entre nós aproxima-se do vendaval
Os cabelos aparecem esbranquiçados e lisos
O medo apenas segue esguiamente em escalada
Entre as ruelas, vielas e pés descalços
Animo-me a querer, desejar ardentemente olhares
Ainda que o vermelho queime a face salgada d'água
Caindo entre a boca e os beijos pesares
Somente você poderá erguer esse vale
A calma desprendendo galhos entre folhas e caules
Fluem os líquidos do corpo renegado pela seca
No entanto não se cala por dentre a relva invadida
Abre-se a clareira do amor empossado.
A tristeza habita-me como doce negado.