ARTE DE NÃO SER 


Faço e me desfaço tantas vezes
que já não sei quem sou ou o que poderia ter sido. 
Multifacetada pelas minhas escolhas 
Encolhida pelas minhas decepções e perdas 
Sigo como um feto abortado. 
Gostaria de ter quase tudo o que não tenho 
E de ser pelo menos um pouco do que não sou e pretendia. 
Deixei a lágrima nas esquinas e a colho diariamente. 
Sorriso... só de mentirinha que é pra não espantar ainda mais 
quem pensa que sou feliz. 
Fiz e me desfiz tantas vezes que vago perdida. 
Uma morte suave e despercebida me cairia bem.
Iza Calbo
Enviado por Iza Calbo em 26/07/2008
Código do texto: T1099005
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