Em vestes de cavalheiro

Meu pessimismo agora

Combate contra meu eu!

Contra meus gostos.

Estanca sobre minha face, meus erros.

Como um cavalheiro, abriu-me as portas

Do abismo e pediu que eu entrasse primeiro.

Deu-me as boas vindas, lendo uma carta

Que trazia nas mãos.

Lançava seus versos com estilo parnasiano.

Findando seu discurso, rasgou meu passado.

Tive um momento de alivio. Arrisquei mil desculpas

Junto um pedido de clemência.

Meu pessimismo desconhece a palavra chance.

Sorriu ao trancar as portas do abismo.

Sorriu quando me viu sem forças, com pouco ar.

Sorriu e lançou no mar as chaves das portas.

Jane