No Fim Da Avenida

Talvez laço, talvez uma agonia,

Meu corpo se curva, minha alma desiste

Sou sombra e solidão no fim da avenida.

Derramo por entre os pedregulhos

As águas corrosivas da tardes sem Sol.

Talvez um desatino, talvez um instante,

As nuvens se fecham entre meu rio que seca.

Sou medo e esquecimento no fim da avenida.

Espalho réquiens dissonantes

Por onde brilham as taças de vinho.

Talvez amargo, talvez ácido,

Respiração acelerada sobre restos de pétalas.

Sou nada e mais nenhum mistério.

E ainda me ergo no fim da avenida:

Talvez novo alvorecer, talvez velho velejar.

LLP
Enviado por LLP em 17/07/2008
Reeditado em 21/03/2010
Código do texto: T1084780
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