MEU NOME É SOLIDÃO.

Quem sou eu, afinal,

nesta busca intensa

de mim mesmo

nesta amargura imensa

nesta correria à esmo

atrás de tanta vida

perdida, sofrida

que não voltará jamais?

Quem sou eu nesta procura

nesta solidão que tortura

que agita o peito

na imensa loucura

de sonhos desfeitos

depois de vividos;

de amores sofridos,

de ilusões perdidas,

depois de tanto ter amado

de tanto ter rezado

pedindo ao Divino

na ilusão de um menino,

que um dia sonhou

mas nunca realizou?

Ah! Agora tenho certeza

vejo tudo com clareza,

sei o que me vai no coração:

não sou na verdade um homem

pois descobri o meu nome...

o meu nome é Solidão!