Do caixão

Presságios funestos concretizando-se a meia luz

são verdades que o consciente tenta negar com vontade débil,

mortes em solenes rituais, suicidas amaldiçoados em cartas nas mãos de cegos,

queimando na fogueira de ilusões depedaçadas.

De heranças ancestrais degeneradas na voz de sangue inarticulada,

ao limite não atingido interrompido bruscamente,

Lady Ligéia de sonhos distantes ressucitada não rende-se a mórbidos encantos,

do caixão apenas eu declaro amores e desgraças,

apreciando seu contorno que desaparece vagamente.

A luz de velas negras ocultando a beleza deste candelabro,

e do esqueleto que o segura guiando-me,

nas chamas trêmulas em face bruxuleante,

de olhares cabisbaixos e pensamentos medonhos.