Isolado

Quadriláteros centímetros de ladrilhos brancos e vermelhos em sangue,

Escorregadios sinais de dor e lágrimas,no corpo que estremece violentamente,

De encontro ao chão o crânio raspado Dolorosamente,derrotado,

Solitário martírio de outra noite em claro.

Morfina para soldados,ópio para poetas,prozac para vidas sem sentido.

Nos vagos contornos de cura, deslizando em oceanos descoloridos,

O marasmo de ondas de dor,sempre maré baixa,

Palavras de conforto desaparecem, Deitado,entregue,

Múrmurios de paredes apodrecidas no ar Contaminado de poeira e vinho barato.

Rendo-me a saudade,ao desapego e ao vício,

Trancado desapareço em boatos desentendidos,

De ruínas recolho lembranças,de cortes e ataques pedaços de esperança,

Retratos eu rasgo,devoro e desfaço,

Decepçoes e abandonados olhares de criança.

É tão elegante ser belo e doente,

Exceto quando todo encanto passa a ser despercebido mesmo no espelho embaçado,

Toda altivez e porte perdem-se com costelas a mostra,na contemplação infeliz de tratamentos sem resultados,

De mansões empobrecidas e isolamento permanente,

Como um inocente desolado em exílio suicida.

Hematomas sorridentes em desenhos espalhados,

Fulgidios contornos de infecções místicas,

No abatimento de espírito, coração envenenado,

Na última bala destinada ao rosto fosco,

De expressão tranquila e misteriosamente calma

Ou talvez sem expressão, depois de tantas dores emolduradas,o dia se vai sem que seja notado.