A Nervura e o Tempo
E eu pensei que teria tempo
que não te fosses tão escorregadio
e ao ver as pétalas me desfazendo
Senti veias sangrando
em suave arredio.
Cada ramo amarelo
tem mil florzinhas
em encanto
com os dias contados
esperam o desfalecimento
em teu acalanto.
Cada nervura tem o seu tempo
impermanência contada
existência vácua
De tudo e do nada.
Se sofro
é porque não entendo.
Segredo
Mistérios
Sorrisos ocultos por sombras
sofrimentos deletérios...
Se desvelo
é porque não acho
penso que estou
à porta da entrada.
Ah! Engano-me com aviso de saída,
Alma acabada, desavisada...
Ana Perissé