recanto

Meu recanto de letras esquálidas

Letras magras e sem sentido,

Meu recanto de letras sórdidas

Letras magras e miseráveis

Poeta provinciano,

“Posso falar?”

Falas, em fim, ninguém o escutara!

Meu recanto de misérias precárias

Meus dedos, perfeitos dedos, deslizam...

Tecla por tecla

Por que é triste poeta?

Maior que o mundo

“Se o mundo pudesse me ouvir?”

Ririam, “Qual amor?”, “mandem-no a forca!”

Meu recanto

Minha amargura, minha anarquia fingida e organizada

Mas, quem disse que é poeta?

Pagina por pagina...

Poetas amargos,

Poetas felizes, poetas amantes...

Todos só, todos juntos.

Meu recanto triste,

Só uma ponto de luz em meio toda minha escuridão!