POEMA TRISTE, POEMA TRISTE, POEMA TRISTE.
Eu ando chorando por um amor perdido.
E ando compreendendo que devo compreender
que não pode ser, que não poder ser
do jeito que eu queria que fosse.
Ando
por mensagens oblíquas e indiretas
tentando mostrar a verdade,
que ando tão bem como um que morre de saudade.
Como saudade
morre de quem
tão ando bem um.
Não vejo como escrever e exaurir o que eu sinto.
Penso que preciso escrever até dar fim a tudo isto...
Ou encher o saco de alguém com estas besteiras.
Ou que alguém, com saco para ouvi-las,
as transforme em frases de amor.
Não vou conseguir tão-só trocar o foco
pois minha sinceridade é a base do meu amor
não que eu caia no erro de amar uma só pessoa,
mas que todos temos que ter uma base forte...
De tal sorte, que não fiquemos como eu estou agora
sem base, em satélites, sem horas, sem órbita...
Desejando o momento de não mais precisar disto,
no instante em que direi sem erro: penso, e não existo!
Eu amaciar as paredes catando como instrumento elétrico
e tão logo estiverem lerdas as tais
as trarei de seu charme e seu encanto
e serão, então, meu harém a assistir-me brigando com chão.
Tenho vontade de dizer palavrões...
São estes os que guardam todas as nossas desgraças e desesperanças
juntos do choro...
Mas não se põe, segundo eu, palavrões
tampouco choro explícitos nos poemas...
Quando o poeta não consegue passar toda a sua tristeza num poema:
eis o momento que entristece de verdade!...
Quando lhe dá imensa vontade de quebrar o lápis
o suicidar-se atravessando-o no próprio pescoço...
Mas me seria um enorme desgosto fazê-lo.
Não, me conservar para o presente
não seria motivo para eu não me matar.
Mas, ingênuo e humano, não me mato por pensar
nas benesses contingentes do futuro.
Eu perdi a linha deste poema...
E talvez seja este o motivo de estar tão dissonante.
Não se enxerga linha de tema nem narração nem de argumentação neste poema
Mas, manteve-se fiel ao que sente quem lhe escreve:
manteve-se triste. E isso é o mais importante.