FOLHAS DE PAPEL

Derramando palavras sobre o papel

Vou desafogando as mágoas contidas

Assim, posso tirar o véu

E me desnudar sem mêdo de ser reprimida

O papel, esse eterno aliado do poeta sonhador

Aceita tudo que escrevemos sem reclamar

E até nos consola quando expomos nossa dor

Como um ombro amigo que podemos a cabeça deitar

Ah! Minhas folhas espalhadas...

Tantos poemas inacabados

Tantos escritos pelas madrugadas

Quantos versos rabiscados...

Há pingos de lágrimas derramadas

Formando borrões ilegíveis

Mas sei que ali estão gravadas

Partes do coração em palavras sensíveis

De súbito, como que levada pela emoção

Amasso essas folhas tão cúmplices e amigas

E jogo-as de qualquer jeito pelo chão

Que silenciosas, ficam à espera de serem recolhidas...

29.01.2005

Vitória-ES

Baby
Enviado por Baby em 31/01/2006
Reeditado em 01/02/2006
Código do texto: T106530