FOLHAS DE PAPEL
Derramando palavras sobre o papel
Vou desafogando as mágoas contidas
Assim, posso tirar o véu
E me desnudar sem mêdo de ser reprimida
O papel, esse eterno aliado do poeta sonhador
Aceita tudo que escrevemos sem reclamar
E até nos consola quando expomos nossa dor
Como um ombro amigo que podemos a cabeça deitar
Ah! Minhas folhas espalhadas...
Tantos poemas inacabados
Tantos escritos pelas madrugadas
Quantos versos rabiscados...
Há pingos de lágrimas derramadas
Formando borrões ilegíveis
Mas sei que ali estão gravadas
Partes do coração em palavras sensíveis
De súbito, como que levada pela emoção
Amasso essas folhas tão cúmplices e amigas
E jogo-as de qualquer jeito pelo chão
Que silenciosas, ficam à espera de serem recolhidas...
29.01.2005
Vitória-ES