Os fantasmas que me afligem

Ratos das ruas,

Malditos obsoletos, estamos nós, nos arrastando pelos esgotos, de lixo em lixo, junto com tudo que há de mais sujo...

Estamos correndo pela estrada de tijolos mais suja e cheia de bichos,

Mais uma dose de veneno com gelo e limão,

A testa no balcão de madeira, a companhia da solidão,

Já estamos longe...

Nunca mais quero ver-te morrer em meus lábios...

Eu não queria voltar, só você e Deus sabe o quanto eu chorei, tudo era vazio,

Ruas desertas, a solo de regresso nunca feriu tanto, sofri a dor que mais machucava, cheguei querendo correr de volta para os seus braços, amei-te de todas as formas, quero pecar com você novamente, cair em contradição a tudo e a todos, ignorar meus medos e o meu orgulho, me entregar pra você em um mundo onde só nos dois valesse a pena, esquecer de tudo e de todos, viver por nosso prazer, sorrir com o coração e te sentir com a alma, quero-te de branco entrando no quarto em meus braços com o sorriso mais lindo no rosto...

Chorei ao te deixar, beijei meu dedo, senti aço e ouro dentro do meu peito sangrar,

Sinto sua falta desesperadamente dia após dia me escondendo por trás dessa máscara de forças fajuta, odiando todas as decisões tomadas, a distancia, o descaso, o medo, o acaso, as circunstancias e situações, por que não desistiu do mundo e correu pros meus braços?

Não éramos presos a nada, nem a mundos nem aos nossos pais, eu sempre tive medo de crescer, mas quis correr pra aprender a ser adulto junto contigo, apresentar-te como esposa minha e hoje estamos com outras pessoas, nunca vai morrer você aqui dentro, nunca vai se apagar de mim, tenho teus desenhos na minha memória, seu toque nas minhas noites de sono mais profundas, te sinto dia após dia, ainda tenho medo de sua partida, ainda ando esperando esbarrar em teu ombro perdida em um canto da cidade...

Cigarros, bebida, corpos,

Um brinde ao tédio, a fumaça, todo dinheiro que escorre pelo ralo,

Eu sinto a sua falta, por Deus, essa dor nunca passa...

Seremos eternos amantes disfarçados de amigos tentando conversar sobre nossos relacionamentos, nossos pares sempre se sentiram incomodados com nosso contato, seremos falsos com nós mesmos de sorri nos casamentos um do outro como se tudo estivesse normal, mas só nós dois entenderemos o significado daquele cruzar de olhares...

Meu filho era teu, sem você, já não tem mais sentido, talvez ele nunca chegue a existir, você me completava, meu anjo em forma de mulher que sempre soube a hora de ser menina, mas se mostrou uma louca desesperada testando minha boa vontade, erraste tanto em diferir tuas palavras insanas contra minhas honras, abençoado seja o solo sagrado onde meu berço sem valor financeiro sempre gritou mais alto que qualquer índole vendida...

Eu dei meu coração pra você, não soubestes cuidar, não quis mais buscá-lo pra mim, não quis trazê-lo de volta, deixo contigo toda capacidade que tinha de amar, faça com estes pedaços mostos o que quiser, o vele, o rasgue, o guarde ou tente remontá-lo, nunca mais será a mesma coisa, me entregar pra outro alguém parece uma ilusão da qual nunca mais cairei, já não faz diferença...

Achava eu que já havia lhe sepultado, mas ao teu entrar em contato novamente entendi que talvez fosse o fantasma que jamais deixará de afligir minha mente...............

Falei sobre amor uma única vez nessa vida, creio não ter errado.

Nunca mais estaremos juntos, enganemos a nós mesmos ocupando nosso tempo com outros corpos, mas esse frio de solidão, nunca conhecerá um sol.

lecter
Enviado por lecter em 04/07/2008
Código do texto: T1065093