COMO A TRISTEZA DA FLOR

Quanta angustia eu senti,

todos sabores da tristeza degustei,

foram momentos de melancolia,

pensei que fossem dores do parto,

apenas um princípio de desilusão,

de um tempo que foi bom e se foi.

Rasgado meu coração ficou,

sem esperanças de rever a alegria,

chorava em vão em disritmia,

como gotas de orvalho, lágrimas caiam,

mas a seiva ali permanecia,

mesmo no estado de letargia.

A terra que agora ficava molhada,

no balanço da brisa que chegava,

sacudia dos soluços incontroláveis,

numa cadência descomunal,

irrigava a raiz com tal disposição,

era o soro que necessitava receber.

No mistério de todos os fatos,

mesmo que diga isto, são apenas relatos,

como a alma que nos governa,

nos inconstantes pensamentos,

nada persiste na solidão do anonimato,

os sonhos existem, isto é um fato.

Suas pétalas caem sozinhas,

chegou ao fim, seu tempo de encantar,

neste tempo em que se desfacela,

a tristeza se vai perene,

deixando o colorido da vida sumir,

para uma nova vida ressurgir.

Neste tempo de renovação,

refletir para um novo colorido,

deixando as tristezas se manifestarem,

são como os olhos da verdade,

em busca de novas emoções,

liberto para a vida, a flor, o meu coração.

Celso Ant Dembiski
Enviado por Celso Ant Dembiski em 03/07/2008
Código do texto: T1063051
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