Menina.
Te vejo tão só, largada pelos cantos,
Pedindo ajuda pra ninguém,
Marcando a pele, com uma lamina velha,
Escrevendo num diário surrado,
Descrevendo uma dor inexistente,
Se droga de noite,
De manhã a culpa é uma droga,
Tento entender o motivo de tudo,
Mas o maior motivo é que não há um,
Sempre vestida de preto,
Sempre com a maquiagem escura,
Magra e pálida,
Frágil, fraca,
Deixando um retorno inexistente,
E a cada ato, o drama irreversível,
De longe posso ver a mancha em sua alma,
Que surge tão negra,
Num rosto tão triste.