Melancolia

Era dia...

E a chuva caía,

Caminhando contra o vento,

uma voz longínqua dizia...

- melancolia!

O céu nebuloso.

O coração sôfrego.

A utopia e a alegria

sempre me destroem.

Uma voz longínqua dizia

- melancolia!

Cambaleando ao meu lado,

meu amigo e eu dilaceramos o passado.

Deus sabe, o quanto em vida, eu sofria...

Uma voz longínqua dizia...

- melancolia!

A solidão me agoniza.

Meu amigo chora,

nossas lágrimas se unem,

com os pingos da majestade divina.

Uma voz longínqua dizia

- melancolia!

A tempestade beija o asfalto.

Eu e meu amigo caminhamos

em passos largos...

Diante dos nossos olhos baços,

o reflexo do eterno cansaço...

Um gigantesco portão é derrubado

pela fúria grotesca do vento...

Uma voz longínqua dizia

- melancolia!

Eu e meu amigo tropeçamos

entre os galhos caídos das

árvores centenárias que cobrem,

os túmulos do cemitério.

E ajoelhados contemplamos,

Duas lápides que exibem

a nossa prematura morte.

Uma voz longínqua dizia

- melancolia...

Mayanna Davila Velame
Enviado por Mayanna Davila Velame em 29/06/2008
Reeditado em 01/10/2013
Código do texto: T1057246
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