EVANESCENDO
Sob o firmamento azul e claro,
Tingido com o alvo e delicado Sangue dos anjos,
Pessoas fenecem a cada segundo,
Na eterna busca do não pensar,
Na agonizante e despercebida Angústia do não saber.
Nas esquinas onde a imundície
E a degradação fazem par,
Almas vagam ao redor de cestos de Lixo,
Acompanhadas por moscas e vermes
Que têm mais a dizer e ensinar ,
Que os próprios homens.
Em cada respiração, resquícios
E indícios de dor;
Do mais velho ao mais jovem cada um agoniza,
O maior tormento
Pelos homens conhecido
Ao qual dão o nome de Vida.
Em choupanas conectadas ao mundo
Vê-se escravos de teclas e solidão
Que procuram numa tela
Amor, amizade,
E algum tipo de conforto...
Homens matam crianças,
Filhos das mulheres de outros Homens
Que matam,
Num ciclo vicioso e prazeroso
Para os chefes do mundo:
Pastores do rebanho acéfalo
Que nos tornamos a cada
Reality Show.
O pó esbranquiçado,
A fumaça inebriante,
O líquido extasiante,
A mais absurda forma de liberdade,
A mais primitiva forma de obtusidade:
Não enxergar o que os olhos teimam em mostrar.
Um lugar chamado Céu.
O andar superior de nosso inferno
Diário e vitalício,
Onde cada um morre
Da forma que mais lhe aprouver,
Tentando minimizar a dor
E sofrimento do tormento
Que se convencionou chamar
VIDA.