EVANESCENDO

Sob o firmamento azul e claro,

Tingido com o alvo e delicado Sangue dos anjos,

Pessoas fenecem a cada segundo,

Na eterna busca do não pensar,

Na agonizante e despercebida Angústia do não saber.

Nas esquinas onde a imundície

E a degradação fazem par,

Almas vagam ao redor de cestos de Lixo,

Acompanhadas por moscas e vermes

Que têm mais a dizer e ensinar ,

Que os próprios homens.

Em cada respiração, resquícios

E indícios de dor;

Do mais velho ao mais jovem cada um agoniza,

O maior tormento

Pelos homens conhecido

Ao qual dão o nome de Vida.

Em choupanas conectadas ao mundo

Vê-se escravos de teclas e solidão

Que procuram numa tela

Amor, amizade,

E algum tipo de conforto...

Homens matam crianças,

Filhos das mulheres de outros Homens

Que matam,

Num ciclo vicioso e prazeroso

Para os chefes do mundo:

Pastores do rebanho acéfalo

Que nos tornamos a cada

Reality Show.

O pó esbranquiçado,

A fumaça inebriante,

O líquido extasiante,

A mais absurda forma de liberdade,

A mais primitiva forma de obtusidade:

Não enxergar o que os olhos teimam em mostrar.

Um lugar chamado Céu.

O andar superior de nosso inferno

Diário e vitalício,

Onde cada um morre

Da forma que mais lhe aprouver,

Tentando minimizar a dor

E sofrimento do tormento

Que se convencionou chamar

VIDA.

Gustavo Marinho
Enviado por Gustavo Marinho em 29/01/2006
Reeditado em 22/01/2014
Código do texto: T105324
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