O que faço
E no amargar das minhas lágrimas a rasgar a pele...
Volto-me para meu abraço e choro tua ausência.
Um medo de sombras que meu grito repele...
fazendo-me esquecer o sabor real da tua essência.
Absorvo inertes sentimentos sem explicação...
Não sei para que lado vou, se fico, se desisto.
A cruel inquietude do meu ser em profunda estagnação
não me deixa escolher se te deixo ou insisto.
Nesta malfadada angústia que me apodera...
Que flúi como lama fria a sufocar-me,
a alma perdida aos poucos se degenera
e exaustiva chora o pranto a abraçar-me.
E agora já não tenho mais certezas do que faço...
Ou ajo, ou choro, ou grito esse tormento.
Sentir a tua alma gritando o meu corpo a cada pedaço...
já não sei se entrego-me ou desisto e lamento...
vencida pelo medo e enterrada pelo cansaço.