Naufrágio dos sonhos
Quem na vida não pecou por exagero?
Ou na angústia de um dia após o outro,
Pensou ser o que jamais será,
E jurou pelo que não lhe ofertarão.
Buscou o que parecia tão real,
mas nem em sonho lhe permitirão.
E em mares que nunca desbravará
Os anseios desta nau naufragarão...
Pois por si só o querer é um desatino,
Caleja o pensamento e ludibria,
Faz-nos ver esperanças nunca tidas,
Vendando os olhos com névoas de alegria.
Mar a engolir-nos dia a dia.