Vestindo poesia...
Visto minha alma de poesia
Para aquecer-me da fria realidade...
Meu coração açoitado pela geada da solidão
Despe a melancolia,
E a sensualidade faz moradia,
Inflamando paixões,
Semeando ilusões,
Deixo a estação invernal
E busco o calor do verão.
Produzido por corpos que se tocam...
As fantasias que destilo nos sonhos
Alimentam minha fome de felicidade.
Podem as vezes parecer notas frias
Desprovidas de ternura,
Mas me ajudam a abrandar as amarguras
Que contaminam minha emoção.
Visto minha alma com tantas palavras,
Mosaicos de minha existência,
Vontades e inverdades... fugas da realidade.
Mas me cubro com elas,
Que mesmo sucintas,
Cobrem-me a nudez.
Sou prisioneira de sonhos,
E nos porões escuros
Apenas ressequiu de luz me fazem enxergar
E os trapos de minhas realizações se revelam...
Vida sem sentido...
Visto-me de poesia,
Para aquecer meu coração,
E tentar sobreviver
Ao frio da solidão.