Tristeza, tão-somente

Tristeza

pura e simplesmente

sim, aquela de Cruz e Sousa

velha tristeza nada original

tristeza há muito tempo triste

longa, roxa e fantasmal

tristeza de tudo

tristeza por nada

de tudo que é sublime

por nada desolada

tristeza em quintessências

que flui aos olhos dos séculos

lá dos milênios e eras

até a tristeza do agora

tristeza do Início

e que jamais vai embora

tristeza do ontem e do hoje

e que vai até o Fim

de tudo que se perde e chora

e que sai dos teus olhos

e se expressa por mim

tristeza dos grandes finais

cada vez mais perto de nós

tristeza que cresce e assombra

com sombrios adeuses na voz

tristeza-sentença

do que é e de tudo que virá

de tudo que foi e que morre

tristeza que ao futuro corre

tristeza que não basta

e nunca bastará

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Alessandro Reiffer
Enviado por Alessandro Reiffer em 20/06/2008
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