PAISAGEM SERTANEJA
Uma vaca magrela,
No pasto deteriorado,
Um pássaro sobre a cancela,
Um céu ensolarado,
Um cão revira a lata vazia,
Vazia e árida é a vida da dona do cão,
Sem prosa, sem rosa, sem poesia,
Sem ninguém para ouvir,
O lamento de sua canção,
Sem lágrimas para cair,
Dos olhos em desalento,
Atentos no vão da estrada,
Deserta – empoeirada,
À espera que do meio do nada,
Algo possa acontecer,
Necessidade insana de crer;
Tempo que passa...
E ela estirada na rede,
Com medo, com fome, com sede,
Farrapo que a traça,
Aos poucos consome,
Desgraça que toma conta – abraça,
Enterrou os filhos; o homem,
Agora sente que a morte vem.
Impossível relutar,
Sabe que o destino da alma é o além,
Mas, quem vai velar?
O seu mísero corpo no leito,
Enterrá-lo com o mínimo de respeito?
-Ah! Se Deus me ouvisse,
E o céu se fechasse,
Uma tempestade caísse,
E pela ultima vez lavasse,
A minha velhice,
Com palavras sutis,
Eu morreria menos infeliz.
Uma vaca magrela,
No pasto deteriorado,
Um pássaro sobre a cancela,
Um céu ensolarado,
Um cão revira a lata vazia,
Vazia e árida é a vida da dona do cão,
Sem prosa, sem rosa, sem poesia,
Sem ninguém para ouvir,
O lamento de sua canção,
Sem lágrimas para cair,
Dos olhos em desalento,
Atentos no vão da estrada,
Deserta – empoeirada,
À espera que do meio do nada,
Algo possa acontecer,
Necessidade insana de crer;
Tempo que passa...
E ela estirada na rede,
Com medo, com fome, com sede,
Farrapo que a traça,
Aos poucos consome,
Desgraça que toma conta – abraça,
Enterrou os filhos; o homem,
Agora sente que a morte vem.
Impossível relutar,
Sabe que o destino da alma é o além,
Mas, quem vai velar?
O seu mísero corpo no leito,
Enterrá-lo com o mínimo de respeito?
-Ah! Se Deus me ouvisse,
E o céu se fechasse,
Uma tempestade caísse,
E pela ultima vez lavasse,
A minha velhice,
Com palavras sutis,
Eu morreria menos infeliz.