MAUS VENTOS
Reuniram-se todos os ventos de norte
Rajadas agrestes vindas a sorte
Intrigam-me estes ventos a desnorte
Que vindes semear. Não a vida. Será a morte
Respondei-me! Que semeais vós por aqui
Rogo-vos que pareis tal sementeira agreste
Maus ventos gélidos de norte andam aí
Semeiam a ceifa. Os maus ventos de nordeste
Erguem-se as almas do purgatório
Esvaia-se a santa divina trindade
Com suas mãos erguidas em oratório
Perde-se a vida. A boa sorte
Fustigam-se os maus ventos de norte
Que trazem esvoaçando a senhora da morte