Buquê de Arame-Farpado!
Deram-te um buquê de rosas
Mas sem as rosas lá dentro
Arame-farpado e sangue
É o que estavam dentro dele
Engraçado como o mundo gira
Não foi ontem que você riu até a barriga doer?
Porque agora chora, como se não pudesse viver?
Também ganhei um buquê de rosas
Com o mesmo arame-farpado dentro
Ainda tinha sangue nele, sangue seco
Não sei donde veio, nem pronde vai
Arrisquei a ferir meu dedo neles
E nem doeu tanto assim
Já sei – como não pensei nisso antes? -
Vem cá arame farpado
Faz cerca a meu coração, que já sangra sem tê-lo ferido
E impeça que dedos maliciosos
O toquem, o firam, o sangrem
mais do que o fiz a mim mesmo.