Farsa.
Eu poderia pegar tua mão,
e te fazer sentar ao meu lado.
Poderia te abraçar.
Te olhar nos olhos,
E dizer tudo.
Mesmo que esse tudo
Soasse de uma maneira tão fria,
Mas tão fria
Que te amedrontaria.
Poderia também, fazê-lo
Me contar toda a verdade.
Nem que seja para derramar meu pranto
Nem que seja o meu próprio fim...
Porém, necessito sabê-la.
Você poderia fingir me ouvir,
Fingir me entender.
Poderia ocultar a verdade
E inventar um outra qualquer,
Só para me satisfazer.
No fim, poderíamos rir de tudo,
Como duas crianças inocentes;
Você diria "nunca quis te ferir."
E eu diria que nunca me machucou.
Sim, eu mentiria, afinal se você não falará
A verdade, por que hei de dizê-la?
Eu poderia tornar concreto
Esses versos... mas não irei;
Pois isso não resolverá minha tão
Miserável vida,
Não curará minhas feridas
Não recomporá meu coração
E não me fará esquecê-lo.
E depois do fim, só desejaria
Poder apagar minha memória.