POR ONDE ANDAM MEUS SONHOS?


Por onde, afinal, espalhei meus castelos de areia?
Terão se esvaído em sonhos desconsolados?
As tramas do destino os algemou nalguma teia?
Quiçá os ventos os terão em poeira transformado?

Decerto a triste realidade, invejosa, os evaporou
como perecidas pétalas amorfas e despedaçadas
ou - será? -teceu armadilhas tantas que os fulminou
na trilha do tempo e nas pradarias desertificadas?

Temo que minhas pobres quimeras caíram por terra
e, fragmentadas, fizeram do castelo simples borrão
a ponto de se tornar, somente, uma mancha eterna
solapadas à fúria das entranhas do meu coração

Certo, os sonhos se desencantaram, morreram,
mas o que me impede de tornar a sonhar novamente?
Pois meus profundos desejos jamais arrefeceram
e do amor, decerto, ainda conservo a pura semente.
Gilbamar de Oliveira Bezerra
Enviado por Gilbamar de Oliveira Bezerra em 08/06/2008
Reeditado em 06/07/2008
Código do texto: T1025537
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