RESIGNAÇÃO

Cala-te, ó minha dor, duma vez!

A noite surge, surgem os morcegos-

Lá! a Cíbola que noss’alma fez,

A canção dos nossos desassossegos

Cante pelos meus olhos os outeiros;

A carne em sangue; Ah! O dia agonizante!

Ouça a nênia das chuvas de janeiro–

Eis teu crepe, teu calor, teu semblante.

Ó minha dor, quando o dia teve encanto?

Ó minha dor, somos qual o vampiro!

Ao dia, antes o noturno Amaranto,

Nossa nave, nosso azúleo retiro!

Minha dor em fúnebres agonias

Ora lágrimas pelo seu Absurdo;

Todavia, nada vale a litania

Pois o cosmos é cego; Deus é surdo