AMOR REPUGNADO

Todos os astros luminosos do universo lançam luzes sobre mim;

Menos ela, que de todas as celestes personagens é a mais bela;

Ainda que as sinfônicas ventanias me homenageiem sem fim;

Ela mantém as notas de sua lira distantes de minha era!

As mais lindas palavras ao meu ouvir têm sido endereçadas;

Delas o silêncio é tudo que tenho, gritando nos lábios da indiferença;

O vinho do carinho que recebo transborda de inúmeras taças;

Mas ela me mata de sede na sua fome de brindar-me com ausência!

Há um louvor que me procura por todos os cantos dos recantos;

Mas a glória que doei a ela vale bem menos que o meu atribuído valor;

Tantos a caçar os meus sorrisos e ela a fabricar meus prantos;

Se encantos há quem veja em mim, aos olhos dela insignificante sou!

É por isso que por mais que esse meu brilho viaje aquém;

Eu me sinto um desalentado e de ser feliz incapacitado;

Ainda que tanto tendo me tornado, permaneço a ser ninguém;

Das lágrimas refém, amando esse alguém que não me tem amado!!

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 28/05/2008
Reeditado em 23/08/2009
Código do texto: T1009354
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