TRISTEZA ABSOLUTA
Acordei certo dia com o sol no meu rosto
Vasado na cortina azul céu,
Levantei-me a contra gosto,
Sentindo os lábios secos,
E um sabor amargo como fel.
O sol não mais me revigora,
E a chuva não me lava a alma,
O vento não me faz leve,
A brisa para mim é sempre breve
Pensei: meu Deus o que faço agora?
Se a morte demora,
E o tempo não me favorece,
Se o rancor e o vazio em mim,
Apenas cresce?
Debruço no muro torto da vida,
Olhos de brilho fosco num futuro turvo,
Visando tempos idos.
Desse muro assim covardemente me atiro,
Num melancólico, corajoso suicídio,
Aborto de sonhos.!!!
Vejo as luzes se apagando agora,
É o fim do drama que assisto,
E nem aplausos comemora?
De dias assim,
Desisto.
ANNA LIMA