Ave errante

Semelhante a passarinho,

que se perdeu de seu ninho,

sou ave de arribação,

errante,

inconstante,

à procura de carinho.

Sigo às vezes ao norte,

tentanto a sorte,

retorno ao sul, ao lar,

meu lugar,

porto seguro,

do passado,

desvairado,

tanto procuro,

nestes dias de solidão,

com sofreguidão.

A sorte, companheira inútil,

tão fútil,

a acompanhar-me dia a dia,

por tortuosa estrada,

procuro por tí, nada...

por espinhoso caminho,

só, sem carinho,

esperando encontrar,

alguém para amar,

agora, caminhante sozinho,

à busca de novo ninho!