Eu não sei o quê...
Não sei o quê...
Ter não sei o quê...
Da lágrima que escorre só
Pela madrugada infindável da nua e crua vida!
Em vielas tingidas por penas esquecidas
Na infâmea eterna do ter, do ser e do fazer...
Ver não sei o quê...
A promessa perdida ao vento
Nas agruras vividas sem contento
Na certeza em que a vida
Nos traz na veia a própria incerteza...
Falar não seio quê...
Frases desfeitas que ficaram no ar
Ditas ou não ditas promessas a flutuar
Doces palavras que cessaram ao se falar!
Ouvir não sei o quê...
O choro sofrido...
O grito reprimido
A dor sentida, escondida nas estradas da vida
E mesmo adormecida com ousadia se faz o viver
Sentir não sei o quê...
Que em cada lágrima que escorre
Pela face sofrida
Há uma ímpar história de vida
Que já se foi vivida
E agora em sua própria vida
Nos faz querer apenas saborear
E assim querer viver!