VELHO JOAQUIM

Nasci lá no mato;

Cresci lá na fazenda ;

Namorei as estrelas ;

Cantei para a lua;

Aprendi com os pássaros a voar;

Viajo no espaço com os pés no chão;

Não preciso de asas e nem mesmo avião;

Apenas um bom pensamento, uma causa, uma razão;

Com meu Velho Joaquim aprendi a cantar;

Arranhar uma viola vendo a lua brotar;

Com um machado na mão maus pedaços eu passei;

Com uma enxada quantas roças capinei;

Às vezes guiando os bois quantas léguas caminhei;

Cantando ao sol ardente prá tristeza espantar;

Aprendi ler muito pouco , mas me acostumei , respeitar tudo que é natureza;

Pois foi ela que me ensinou a viver como um ser humano, jamais esquecer os planos de Jesus Nosso Senhor;

Não aprendi a ser poeta pois o tempo não era tanto;

Mas posso fazer uns versos , pois meu avô me ensinou , a rimar rima com rima , cantar música com música e a chorar quando preciso;

Pois além de bom avô ele era pai, amigo e professor;

Mas o tempo foi passando e o Velho Joaquim acompanhando;

Até que um dia Deus para o céu o levou;

Agora não choro mais, porque tudo tem seu fim ;

Como este Velho foi , um dia eu também vou;

Mas jamais vou esquecer o que ele foi prá mim;

Para contar ao meus filhos o que ele passou prá mim;

Quem sabe um dia eu serei para os meus netos um VELHO JOAQUIM.

Ramos Martins de Jesus Martins
Enviado por Ramos Martins de Jesus Martins em 10/05/2008
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