Coração
Parece-me que o impeço de viver
Parece-me que interrompo suas batidas
Parece-me que a vida vai deixar de existir.
Porque tenho esta consciência mórbida?
Porque sofro com esta sensação?
Porque? Se a vida continuará seguindo?
E nesse pesadelo roubam meus sonhos,
coração.
E ficas mudo!
cego!
surdo!
Torna-te alado e viajas...
E nesses vôos
tem luar...
e sol nascendo
limites são quebrados
cordas, espaços, fronteiras, dogmas
ou conceitos são pequenas nuvens
que passam.
E eu, aqui, fingindo que não te sinto, coração
fingindo que não te ouço
fingindo que teu sangue não me alimenta
fingindo que não se vive de paixão.
(Agosto/03)