POR MEDO DE AMAR


Altas horas – faz um pouco de frio,
Eu aqui a divagar...
No quarto, um enorme vazio,
E um ritmo blues a rolar.

Que intensidade!
Belos acordes – doloridos,
Uma sonora saudade,
Penetra – inquieta os meus sentidos.

Momentos vividos por nós,
Que nos fizeram tão bem!
Passaram de maneira veloz,
Não fomos capazes de irmos além.

Tivemos medo de amar, de acreditar,
Em nossos olhares brilhantes,
Que nos convidavam para caminhar,
Resolutos – jubilosos – constantes.

Resta agora, a lentidão das horas,
Um blues – uma nostalgia,
Uma alma inconformada que chora.
À espera de melhores dias.