Dias distantes
Dos distantes dias ainda me lembro,
como se o sol forte raiasse,
como se a sombra da árvore frondosa,
tão florida, tão generosa,
pudesse ainda te proteger, te abrigar.
Tua ausência ainda magoa,
ainda machuca minha alma.
A vida parece correr,
cada vez mais apressada.
Tua lembrança reabre feridas,
ainda mal cicatrizadas,
e o sol, outrora de agradável toque,
hoje queima, arde e fere,
sem sombra para aplacar.
Peço que não me chamem,
que me deixem, afinal, definhar.
Sem sentido aquela árvore.
Sem virtudes aquela sombra.
Sem brilho aquele sol.