Imagino Saudade como a Minha
Imagino o que o chão
quente, rachado
e empoeirado,
do sertão
pensa
quando, coitado,
tem olhos pra cima
e só vê o azulão
voando
pelo azulão
do céu,
e nada de chuva.
Refaz na memória
cheia de pó,
a água escorrendo
pelas rachaduras
e o solo
amolecendo.
Como eu, que ao relento
assisto ao filme
que passana tua imagem muda
de pé no criado-mudo.
e a água da saudade
escorre pelas rachaduras
da solidão.