Imagino Saudade como a Minha

Imagino o que o chão

quente, rachado

e empoeirado,

do sertão

pensa

quando, coitado,

tem olhos pra cima

e só vê o azulão

voando

pelo azulão

do céu,

e nada de chuva.

Refaz na memória

cheia de pó,

a água escorrendo

pelas rachaduras

e o solo

amolecendo.

Como eu, que ao relento

assisto ao filme

que passana tua imagem muda

de pé no criado-mudo.

e a água da saudade

escorre pelas rachaduras

da solidão.

André Espínola
Enviado por André Espínola em 17/04/2008
Código do texto: T949855
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