Choro de saudades

 

No passado

Também fui carreiro

Como foi minha família

Eram dias e dias na estrada

Transportando a colheita

Pra vender na cidade

 

Quantas noites, dormi fora.

Em camas improvisadas

Eram noites mal dormidas

Longe da minha, Maria.

Coberto pelo pó da estrada

Carreteando, saudades!

 

Aiiiii... Só Deus é quem sabe

O quanto, eu chorei de saudade.

 

Por quatro luas

Eu dormia fora de casa

Pois, o caminho era longo.

Quatro semanas pra ir e voltar

Vinte e oito noites mal dormidas

Sonhando com minha, Maria!

 

Cansado daquela vida

De plantar, colher e vender.

Foi perdendo o valor, para mim.

Um dia cheguei e disse a Maria

Já é hora de largar desta vida

E ir morar na cidade.

 

Aiiiii... Só Deus é quem sabe

O quanto, eu choro de saudade!

 

Balneário dos Prazeres: 06 / 04 / 2008