Esperando o verão
É verdade. Cada vez sinto mais saudade;
mas de que adianta saber que acreditas
se ninguém pode medir minha ansiedade
nem podem enxugar tantas lágrimas aflitas?
Se num hausto sorvo meu encantamento,
bebo do amaro vinho infindável taça...
Na indolência esquecida, tédio do momento,
o peito martela, o coração se estilhaça.
Saudade! Por que fazes minhas manhãs
morrerem num soluço?
Fecha esse teu manto cinza que me cobre!
Enlouqueço. E fica minha cabeça pendida
entre mãos pálidas e maceradas...
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Talvez venhas no próximo verão.
Sem outro amor.