Marroned *

Cento e trinta cento e quarenta

toda velocidade que meu carro pode andar!

Braço pra fora cabelo ao vento e os pensamentos

traduzindo-se pela própria força

da brisa mansa que me chega à alma.

Sol forte adentrando no assento do carro,

fujo do nada,

fujo do tudo,

fujo de quê?

Velozes pneus a correr no asfalto

trazidos pela música do rádio ao meu ser,

ao olhar do mar silencioso.

Música traduzida pela forma sentimental.

Vem com os pensamentos

as recordações de lugares ontem habitados

e hoje não saem das lembranças quase momentâneas.

Tento deixá-las em alguma parada de ônibus,

para ver se consigo diminuir a velocidade

concentrando-me de novo na estrada que passa muito rápida.

Parece-me que a vida é como auto-estradas

não conseguimos andar numa velocidade

e ao mesmo tempo observar a paisagem

pois o objetivo de chegar não o deixa.

E quando chegamos, olhamos para trás

nos damos conta do que ficou no retrovisor

sem ser apreciado por nós.

E o caminho de volta nunca será o mesmo

que acabamos de percorrer.

*(Inglês) v.t. abandonar alguém em ilha ou costa deserta.

JorgeBraga
Enviado por JorgeBraga em 24/12/2005
Reeditado em 23/01/2011
Código do texto: T90222