Dona Fany
Esse poema foi o segundo poema que fiz na vida, em março de 2007, em razão de uma festa que fizemos, para comemorar o centenário de meus avós maternos no Brasil, vindos da Romênia. Eu fiz recentemente umas trovas para a minha mãe, mas em virtude do que relatei, acho justo publicar esse poema, que foi feito, sob intensa emoção.
( SARAI é o nome dado a uma instituição de caridade fundada em Alfenas, pela Dona Fany e sua irmã Dona Zita)
DONA FANY
A BEIRA DO ESPAÇO E DO TEMPO EU ME ENCONTRO,
MERGULHO... EM BUSCA DE VISÕES E LEMBRANÇAS:
E A VEJO CHEGANDO, COM ROSCAS DE TRANÇAS
NAS MÃOS, BELA E DOCE SENHORA... REENCONTRO.
OLHOS AMARELOS, CABELOS ONDULADOS,
MUITA GRAÇA! MAS... UM PESO, UMA MEDIDA,
PAUTANDO SUA PRESENÇA E AÇÕES NA VIDA,
DANDO-NOS ASSIM, LIÇÕES DE FUTUROS ATOS.
ALÉM DE NÓS, SEUS FILHOS, AMOU O TRABALHO.
NO “SARAI” AMOU OS POBRES E DESVALIDOS,
COM SUAS CRENÇAS, ABRIU ESPAÇO AOS SOFRIDOS;
DEU PÃO E COBRIU QUEM SE VESTIU DE RETALHO.
SEUS FILHOS- SEIS FILHOS - FORAM SEUS APRENDIZES,
GUERREIRA E CONCILIADORA: SUA SINA.
SUA PASSAGEM PELA VIDA, CRISTALINA!
DOÇURA E FIRMEZA: FORAM SEUS MATIZES...
NESSA FESTA FAMILIAR, NINGUÉM SE ENGANE:
EM ALGUM LUGAR, NO ESPAÇO ONDE NÃO VEMOS,
PULSARÁ UMA EMOÇÃO DENTRO E TEREMOS
“A CERTEZA:” QUE ALÍ SE ENCONTRA A DONA FANY.
DONA FANY, DONA FANY, QUANTA SAUDADE...
EU SINTO SAUDADE, QUAL CRIANÇA QUE SONHA
COM BOLO DE MILHO, CURAU E ATÉ PAMONHA.
QUANTA HONRA SER CRIA DE SUA VONTADE.