A relva molhada
Ah!... Nossas carícias
eram tão quentes
como o verão
naquela noite de luar.
Tínhamos a idade da impaciência
queríamos tudo por inteiro
e sem hesitar roubávamos
o clarão da lua cheia
que na grama pousava
leve e faceira.
Entre beijos e carícias
deitávamos lado a lado
e o céu bordado de estrelas
mandava seu manto
sobre nós amantes por natureza.
No adentrar da madrugada
caía uma fina neblina
refrescando e deixando
em nossos corpos o cheiro
doce da relva molhada.
Lembranças marcantes
que até hoje me fazem suspirar
e pensar no romantismo que
o progresso rouba hoje dos jovens.