CÁRCERE DE SAUDADE
Hoje a manhã está a chorar...
Por ti, meu amor...
E as lágrimas que o vento traz
Agarram-se à janela do meu olhar triste.
Escorrem, em desesperado silêncio,
Tentam tocar os meus dedos,
Lamber-me as dores,
Por entre as grades gélidas da saudade...
O vento é cruel carcereiro,
Faz da chuva chicote,
Despedaça murmúrios das árvores,
Lá fora...
Contorce gemidos aprisionados
Em mim...
A chuva compadece-se...
E quando toca a minha janela
Transforma-se em lento prantear,
Que escorre meigo, balsâmico,
Na frieza vítrea da minha saudade...
Mas os dedos dolente da chuva,
Insistente, meigos, coleantes,
Não conseguem chegar ao inatingível vazio
Que resguardo,
Para cá da vidraça fria,
Ao morno torpor desta fogueira
Onde queimo saudade...
Hoje a manhã está a chorar...
Por ti, meu amor...
E as lágrimas que o vento traz
Agarram-se à janela do meu olhar triste.
Escorrem, em desesperado silêncio,
Tentam tocar os meus dedos,
Lamber-me as dores,
Por entre as grades gélidas da saudade...
O vento é cruel carcereiro,
Faz da chuva chicote,
Despedaça murmúrios das árvores,
Lá fora...
Contorce gemidos aprisionados
Em mim...
A chuva compadece-se...
E quando toca a minha janela
Transforma-se em lento prantear,
Que escorre meigo, balsâmico,
Na frieza vítrea da minha saudade...
Mas os dedos dolente da chuva,
Insistente, meigos, coleantes,
Não conseguem chegar ao inatingível vazio
Que resguardo,
Para cá da vidraça fria,
Ao morno torpor desta fogueira
Onde queimo saudade...