LAPSO
Nessa hora chega a noite,
Toda ela...só açoite!
Então sinto um descompasso
Talvez seja só um lapso!
Que ilude este meu traço.
É um engano da saudade,
Que só rouba o meu espaço.
Se enfronha nas minhas frestas,
Mesmo nas não tão abertas,
E atiça a minha vontade,
Ela mesma!- a saudade...
Se apodera dos meus versos...
Tripudia nos reversos!
Não há algo mais estranho...
Eu também ...só me acanho!
De correr atrás das letras
Sempre com essa chama acesa!
Eu renego os sentimentos
Mesmo que me sejam alento.
Só rabisco o que escrevo...
Letras me viram do avesso!
Mostram o meu outro lado...
Coração descompassado.
Nessa hora de açoite,
Os meus versos são só noite.
Eu? já nem me reconheço!
Fecho os olhos...e adormeço.
Mais um lapso da saudade,
Que invade o meu espaço.